HISTÓRICO DO MOVIMENTO APAEANO
As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais, presentes no Brasil há cinco décadas constituem-se hoje no maior movimento social de caráter filantrópico do país, na defesa de direitos e prestação de serviços visando proporcionar qualidade de vida, promoção e inclusão social da Pessoa com Deficiência.
A primeira iniciativa no Brasil ocorreu no Rio de Janeiro em 1954, liderada pela senhora Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático americano e mãe de uma criança com Síndrome de Down que, com outras famílias, viviam o drama de não encontrarem escolas para a educação de seus filhos.
Em 1955, no Rio de Janeiro, com o apoio da Sociedade Pestalozzi do Brasil, começou a funcionar a primeira escola de APAE para crianças com deficiência.
Segundo Magalhães - et al., 1997, no período de 1954 a 1962 foram criadas 16 APAEs no Brasil. Devido à necessidade de troca de experiências, divulgação e padronização de terminologias e planejamento, realizou-se em 1962, em São Paulo,a 1º Reunião Nacional de Dirigentes Apaeanos, presidida pelo Dr. Stanislau Krynsky.
Assim, pela primeira vez no Brasil, discutiu-se a questão das Pessoas Deficientes, com técnicos e familiares, que traziam para o movimento suas experiências como profissionais e como pais.
Para facilitar a articulação e a troca de idéias, os participantes da reunião constataram a necessidade de se criar um organismo nacional. Nesse sentido, no dia 10 de novembro de 1962, foi fundada a Federação Nacional das APAEs, tendo como primeiro presidente da diretoria provisória eleita o Dr. Antônio dos Santos Clemente Filho.
Em 1963, realizou-se o 1º Congresso da Federação Nacional das APAEs, na cidade do Rio de Janeiro, ocasião em que foi aprovado o estatuto e eleita a primeira Diretoria da Federação Nacional das APAEs, que teve na presidência o Dr. Antônio Clemente dos Santos Filho (Santos Filho, 1997).
A Federação Nacional das APAEs adotou como símbolo a figura de uma flor margarida ladeada por duas mãos em perfil, desniveladas, uma em posição de amparo e a outra de orientação à Pessoa Portadora de Deficiência (Magalhães . et al, 1997; FENAPAEs/ Projeto Águia, 1998).
Atualmente o Movimento Apaeano está estruturado em quatro níveis:
1º) Federação Nacional das APAEs, responsável pelos rumos, diretrizes e estratégias do Movimento Apaeano e pela articulação política, defesa de direitos e ações, em âmbito nacional, em atenção à Pessoa com deficiência.
2º) Federações das APAEs nos Estados, responsáveis pelos rumos,diretrizes e estratégias do Movimento Apaeano e pela articulação política,defesa de direitos e ações, em âmbito estadual, em atenção à Pessoa com deficiência.
3º) Delegacias Regionais, com a função de organizar as APAEs nas microrregiões, orientando seus rumos e sendo o contato direto entre a base e a Federação das APAEs do Estado.
4º) As 2126 APAEs, prestadoras de serviços e atendimentos diretos, articulação e defesa de direitos da Pessoa com deficiência nos municípios.
1.1 DOS PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS
1.1.1 A Pessoa com Deficiência é um ser humano dotado de sentimentos, emoções e elaborações mentais. Sua deficiência deve ser entendida como uma de suas múltiplas características e não como a única configuração possível de sua individualidade.
1.1.2 Pessoa com deficiência é dotada de desejos e sua manifestação deve ser respeitada e naturalmente aceita.
1.1.3 Cada pessoa possui diferentes possibilidades. É preciso que saibamos reconhecê-las para dar a cada uma a abordagem necessária.
1.1.4 A sociedade tem a responsabilidade de comprometer-se nas questões da Pessoa com deficiência, não devendo atribuir somente às famílias, órgãos públicos e organizações filantrópicas a responsabilidade sobre a questão.
1.1.5 A Pessoa com deficiência tem seus direitos assegurados.
1.2 DOS PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
1.2.1 Possibilitar o desenvolvimento do potencial da Pessoa com Pessoa com deficiência, melhorando sua qualidade de vida.
1.2.2. Propiciar à Pessoa com deficiência condições para o desenvolvimento e manifestação de sua individualidade.
1.2.3. Oferecer diferentes possibilidades técnicas e instrumentais para a preparação da Pessoa com deficiência para a vida.
1.2.4. Sensibilizar a sociedade para a causa da Pessoa com deficiência, reduzindo preconceitos e ampliando a consciência quanto ao seu papel e posicionamento.
1.2.5. Assegurar a observação e divulgação dos direitos da Pessoa com deficiência
1.3 DA VISÃO INSTITUCIONAL
Movimento de excelência e referência do país, na defesa de direitos e prestação de serviços.
1.4 DA MISSÃO INSTITUCIONAL
Promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da Pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária.
1.5 DAS ESFERAS DE ATUAÇÃO INSTITUCIONAL
1.5.1 Defesa e direitos;
1.5.2 Prevenção da deficiência;
1.5.3 Educação;
1.5.4 Educação Profissional;
1.5.5 Saúde;
1.5.6 Assistência Social;
1.5.7 Esporte, Lazer e Cultura;
1.5.8 Estudos e Pesquisas;
1.5.9 Capacitação e Aperfeiçoamento Técnico-Profissional.